pt_Simpósio Internacional

14 a 16 de Setembro de 2022, Biblioteca da Faculdade de Letras (Sala B112.B), Universidade de Lisboa (FLUL)
Alameda da Universidade (1600-214 Lisboa)

A morte de George Floyd em Maio de 2020 mobilizou pessoas em todo o mundo. A representação acrítica da história colonial no espaço público captou a atenção mediática global, e também na Ibero-América e na Alemanha as mobilizações ganharam força. Os ativistas decoloniais e antirracistas colocaram os líderes políticos sob pressão. Algo que estas mobilizações têm em comum é o facto de criticarem a narrativa dominante da história, promovendo assim uma nova cultura da memória.

Em Lisboa, de 14 a 16 de Setembro de 2022, jovens investigadores, ativistas, artistas e estudantes de Portugal e da Alemanha reunir-se-ão para em conjunto apreenderem este momento e o seu potencial de redefinição.

O debate que se pretende desenvolver irá girar em torno das seguintes questões:

  • Porque é que ícones monumentais estão hoje a ser contestados?
  • Que novas vozes e posições estão a emergir nesse processo e a partir dele?
  • De quem é a memória que está a ser negociada, e como?
  • Que implicações glocais são reveladas nestes movimentos ou que conexões se estabelecem entre a globalização e os seus efeitos locais/regionais?
  • Como é feita a participação no espaço público através da arte e do ativismo?
  • E, finalmente, como pode ser levada a cabo uma luta conjunta contra a desigualdade social numa perspetiva decolonial e antirracista?

Programa:

Quarta-feira 14 de Setembro de 2022

10h30

Saudações e apresentação do Simpósio
Elsa Peralta e Ana Troncoso

11h00

Desconstruindo o Império em Intervenções de Arte Pública
Teresa Pinheiro

12h30

Almoço

14h00

PAINEL 1 – CONTINUIDADES PÓS-COLONIAIS NO CENTRO E NA PERIFERIA A

Continuidades coloniais e o discurso pós-colonial em Portugal
Viktoria Hohlfeld e Mathilde Honecker

A Efervescência pós-colonial em Lisboa: migração brasileira e urbanidade vivida
Simone Frangella

Negociando o legado colonial nos nomes das ruas de Lisboa após a Revolução de 1974
Joe Green

Moderação: Doris Wieser

16:00 Uhr

PAINEL 2 – CONTINUIDADES PÓS-COLONIAIS NO CENTRO E NA PERIFERIA B.

Demandas da comunidade Mapuche no Estallido Social do Chile – 2019
Gabriela Miranda

O surto social da insurreição popular: a luta anti-colonial dos excluídos pela “democracia”
Felipe Castro

O ativismo estético na literatura contemporânea de Kichwa do Equador
Jordy Pacheco

Moderação: Santiago Pérez Isasi

18h00

Coffee-Break

19:00 Uhr

Conversa com Flávio Almada “Lbc”
Moderação: Jonas Prinzleve

Quinta-feira 15 de Setembro de 2022

10h00

Saudações
Elsa Peralta

10h10

PAINEL 3 – MEMÓRIAS MIGRANTES E PARTICIPAÇÃO A: ARTE E DECOLONIZAÇÃO

O Gesto e a Pedra
Leonor Rosas

Elaboração de metodologias artísticas e de colaboração para um campo alargado do monumento
Márcio Carvalho

Identidades e perspetivas culturais coexistentes e suas representações
Dzifa Peters

Moderação: Stephan Schurig

12h10

Apresentação e discussão do Documentário Barcelona – Ciudad de Acogida (2020; 55’’)
Com a sua realizadora, Christin Schuchardt

13h10

Almoço

14h30

PAINEL 4 – MEMÓRIAS DOS MIGRANTES E PARTICIPAÇÃO B: ACTIVISMO LOCAL

Chemnitz pós-colonial: Como descolonizar uma cidade sem memória (pós-colonial)!?
Stephan Schurig

Red de Migración, Género y Desarrollo: Perspetivas decoloniais sobre o ativismo feminista
Leonie Papritz

Luta antirracista e feminismo negro
Bárbara Góis

Moderação: Ana Troncoso

16h30

Coffee-Break

17:00 Uhr

Itinerários (de)coloniais em Lisboa: exclusão, pertença e negociação no espaço público

Visita guiada em Lisboa por Elsa Peralta

20:00 Uhr

Jantar para os participantes do Simpósio

Sexta-feira 16 de Setembro de 2022

10h00

Saudações
Ana Troncoso

10h10

MESA REDONDA: PRÁTICAS DECOLONIAIS EM CURSO NO ESPAÇO IBERIANO E NA ALEMANHA

Leipzig Postkolonial: City Tours de Reprocessamento Colonial-Histórico
Manwinder Dhanjal

O Memorial de homenagem às Pessoas Escravizadas em Lisboa
Beatriz Gomes Dias

Política cultural decolonial
Jonas Prinzleve

Moderação: Elsa Peralta

11h40

Coffee-Break

12:00 Uhr

PMESA REDONDA: PRÁTICAS DECOLONIAIS EM CURSO NO ESPAÇO IBERIANO E NA ALEMANHA

Pesquisa descolonial em seminários universitários:
Ponto de partida 2020: Luta decolonial e antirracista na Ibero-América
Ina-Sophie Decker

Entre algodão, bens coloniais e jardim zoológico humano – Enredos coloniais glocais da cidade de Chemnitz numa perspetiva pós-colonial
Luca Hirsekorn e Johanna Preißler

Moderação: Teresa Pinheiro

13h30

Clausura del simposio

Abstracts:

Ein kleiner Text dass hier die Abstracts zum programm zu finden sind
PALESTRA DE ABERTURA:
Desconstruindo o Império em Intervenções de Arte Pública

Resumo: Enquanto em 2020 em todo o mundo as estátuas de Colombo estavam a ser decapitadas e destruídas, em Portugal a pedra sobre a qual está gravada a memória do império colonial sofreu meras fendas. Num país que construiu a sua narrativa nacional sobre um conceito quase religioso de colonialismo – do qual o colonialismo místico e o lusotropicalismo eram os principais pilares -, o iconoclasmo poderia ter sido a reação esperada à presença esmagadora e incontestada de monumentos a elogiar o passado colonial no espaço público. No entanto, o iconoclasmo não se concretizou. Em vez de remoção ou destruição, a intervenção artística contemporânea tenta desconstruir o mito imperial através da apropriação crítica de monumentos. Com base em exemplos empíricos de cidades portuguesas, esta comunicação irá discutir a persistente continuidade do monólito colonial herdado da propaganda do Estado Novo no Portugal pós-colonial e a forma como este foi desafiado pela intervenção artística pública nas últimas décadas. Como argumentarei, estratégias de contra-monumentalização e a imbuição de memórias alternativas poderão ser mais eficazes para se chegar a um passado perturbante do que retirá-los do espaço urbano.

Teresa Pinheiro: Professora de Estudos Ibéricos do Instituto de Estudos Europeus e Ciências da História, Universidade de Chemnitz.

PAINEL 1 – CONTINUIDADES PÓS-COLONIAIS NO CENTRO E NA PERIFERIA A
Continuidades coloniais e o discurso pós-colonial em Portugal

Resumo: O império colonial é um ponto de referência importante para a identidade portuguesa, mesmo após a descolonização formal nos anos 1970 e a independência das antigas colónias. A mistificação do colonialismo português tem um efeito duradouro na memória da “era dourada dos descobrimentos”. Desde a viragem do milénio, esta narrativa tem sido cada vez mais questionada. No entanto, a antiga potência colonial continua a ter um impacto nos dias de hoje. A reprodução das condições coloniais é explicada através de dois exemplos: 1. A representação do domínio colonial no currículo escolar português; 2. As relações económicas na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Em monumentos que honram indivíduos que promoveram ou beneficiaram ativamente da colonização, a historiografia hegemónica manifesta-se na esfera pública. Mas mesmo ou especialmente quando as continuidades coloniais são expressas de formas subtis, quando foram sobrescritas e esquecidas, a sua exposição e contestação é essencial. As intervenções perturbam a narrativa dominante e permitem a presença de perspetivas marginalizadas sobre a história partilhada. Para os ativistas, o objetivo de descolonizar o espaço e a sociedade é acompanhado por uma reflexão sobre a sua própria colonialidade. Como se expressam as aspirações decoloniais na sociedade portuguesa? Que desenvolvimento tem tido o discurso do (pós)colonialismo desde a Revolução dos Cravos?

Viktoria Hohlfeld & Mathilde Honecker: Estudantes de bacharelato em Estudos Europeus Universidade de Chemnitz.

A Efervescência pós-colonial em Lisboa: migração brasileira e urbanidade vivida

Resumo: A migração brasileira para Portugal é um fenómeno em movimento contínuo desde o final dos anos 1980, e ao longo do tempo este fluxo migratório tem vindo a diversificar-se em termos dos seus objectivos migratórios, níveis de qualificação da mão-de-obra, género, situações de documentação, mas também nas suas experiências vividas em cidades portuguesas. Tomando Lisboa como local de investigação etnográfica, esta apresentação irá reflectir, por um lado, como os discursos e práticas associadas ao contexto pós-colonial são percebidos e vividos por estes diversos fluxos migratórios brasileiros e, por outro lado, como as questões da memória e do passado colonial são articuladas por estes últimos a fim de desafiar imaginários já estabelecidos ou de interagir com eles a fim de construir um lugar próprio.

Simone Frangella: Pesquisadora do Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa.

Negociando o legado colonial nos nomes das ruas de Lisboa após a revolução de 1974

Resumo: Esta apresentação irá analisar como os nomes das ruas de Lisboa, a antiga capital do Império Português, mudaram depois de terem deixado de servir esta função. Uma das formas como a ditadura do Estado Novo promoveu os seus ideais foi através de nomes de rua, o que significa que secções inteiras da cidade receberam o nome dos chamados exploradores, colónias de Portugal, e combatentes na Guerra Colonial. Esta apresentação irá detalhar algumas das formas como este legado foi negociado após o derrube da ditadura, e em que medida o processo de descolonização – um princípio central da Revolução – tem sido representado. Já que a Comissão de Toponímia de Lisboa tendeu a manter os nomes existentes, muitos dos nomes de rua herdados do Estado Novo permaneceram os mesmos. Que memórias, então, continuam a ser projetadas através dos nomes das ruas de Lisboa, e como é que os organismos oficiais responderam aos apelos à mudança, desde o período da democratização de Portugal até aos dias de hoje?

Joe Green: Doutorando do Instituto de Estudos Europeus e Ciências da História, Universidade de Chemnitz.

PAINEL 2 – CONTINUIDADES PÓS-COLONIAIS NO CENTRO E NA PERIFERIA B.
Demandas da comunidade Mapuche no Estallido Social do Chile – 2019

Resumo: “Este sonho é um sonho dos nossos antepassados, este sonho está a tornar-se realidade, é possível (…) refundar este Chile e estabelecer uma nova relação entre o povo mapuche, as nações originais e todas as nações que compõem este país” (Elisa Loncón). Estas foram as palavras do presidente da Assembleia Constituinte, Elisa Loncón, na cerimónia de investidura do Presidente Gabriel Boric. Loncón é uma figura chave na defesa dos direitos mapuche. O seu ativismo e outros movimentos como, por exemplo, o movimento estudantil e feminista, deram origem a manifestações maciças entre Outubro de 2019 e Março de 2020, as quais foram denominadas “Estallido social”. As reivindicações dos manifestantes foram diversas, desde o reconhecimento dos direitos dos povos nativos à obtenção de um maior acesso à educação e à redução dos fundos de pensões (AFPs). Neste momento, as comunidades mapuche apresentaram as suas propostas e reivindicações ao governo chileno e a sua participação recebeu um amplo apoio popular. Dois anos após o surto social, a comunidade enfrenta novas autoridades governamentais e encontra-se no meio de uma nova assembleia constitucional. Aqui surge a questão: Como pode a nova constituição política garantir os direitos humanos e fundiários que as comunidades indígenas merecem e exigem?

Gabriela Miranda: Mestranda em Estudos Latino-Americanos, Universidade de Jena.

A explosão social da insurreição popular: a luta anti-colonial dos excluídos pela “democracia”

Resumo: A minha contribuição consiste em apresentar em linhas gerais o cenário da explosão social na Colômbia, desde o final de 2019 e que se estende até 2021, apesar das interrupções devidas à pandemia. Estas mobilizações caracterizam-se por uma acumulação histórica de rejeição da violência ininterrupta do Estado, um descontentamento social com as medidas económicas neoliberais do governo cessante e várias reivindicações sociais de justiça e reconhecimento dos grupos excluídos por parte do sistema político colombiano, com ênfase em dois importantes movimentos sociais que convergem nos protestos, porque têm uma origem comum na região do Cauca, no sudoeste da Colômbia: A resistência dos grupos afrodescendentes do Pacífico colombiano e dos Minga, que reúne diversos grupos indígenas com exigências ambientais e políticas de grande alcance. Considero que este processo tem importantes contribuições para articular uma luta antirracista e anticolonial no contexto atual, não só devido às ações empreendidas durante os protestos (intervenções coletivas coordenadas, derrube de estátuas, espaços divergentes de socialização, etc.), mas também porque se tornaram nas últimas décadas duas forças políticas com grande capacidade de mobilizar a população civil, devido aos seus slogans, exigências e horizonte político.

Felipe Castro: Doutorando no Instituto de Estudos Românicos, Universidade de Jena.

O activismo estético na literatura contemporânea Kichwa do Equador

Resumo: Em meados da década de 1970 nasceu no Equador um importante movimento cultural Kichwa devido, em parte, a um sistema violento moldado pelo racismo. Quase cinquenta anos mais tarde, em Outubro de 2019 e Junho de 2022, o movimento indígena do Equador liderou intensos protestos contra os governos no poder durante 11 e 18 dias, respetivamente. Ambas as mobilizações foram o produto de uma injustiça social insustentável e foram, do mesmo modo, moldadas pelo racismo e pela colonialidade. Tal como o resto das artes, a literatura não é estranha à realidade e aos diferentes problemas sociais. Sem ignorar a pluralidade de vozes e temas presentes na literatura contemporânea Kichwa do Equador, esta investigação centra-se na dimensão insurrecional e denunciatória da literatura. Através de poemas selecionados e excertos de entrevistas semiestruturadas realizadas com escritores Kichwa em 2021 e 2022, dá conta do ativismo estético presente nesta literatura e do seu compromisso com a língua materna, com a cultura Kichwa e com os processos de resistência dos povos indígenas. Aborda também o(s) risco(s) de encapsular tais processos no discurso da decolonalidade.

Jordy Pacheco: Doutorando no Instituto de Estudos Românicos, Universidade de Jena.

PAINEL 3 – MEMÓRIAS MIGRANTES E PARTICIPAÇÃO A: ARTE E DECOLONIZAÇÃO
O Gesto e a Pedra

Resumo: O objetivo desta comunicação é refletir sobre as possibilidades de inscrição de uma contra narrativa antirracista e decolonial no espaço público e na paisagem memorial lisboeta. Há que colocar algumas perguntas. Quem está representado no espaço desta cidade? E quem é silenciado pelas narrativas dominantes no espaço? Padrão dos Descobrimentos, Praça do Império, Mosteiro dos Jerónimos ou Bairro das Colónias são alguns dos vestígios do passado imperial que permanecem vivos em Lisboa. O espaço público – monumentos, estátuas, memoriais e museus – continua a ser branco, masculino e imperial. O que fazer com ele? Deitar abaixo estátuas, mudar nomes de ruas ou contextualizar? Como se pode concretizar a descolonização das nossas cidades? Que caminhos têm sido traçados?

Leonor Rosas: Antropóloga e membro do Conselho Municipal, Lisboa.

Elaboração de metodologias artísticas e de colaboração para um campo alargado do monumento

Resumo: A minha apresentação tem como objetivo esboçar um campo alargado para o monumento, elaborado por metodologias artísticas e colaborativas com os objetivos de: – Quebrar com a hierarquia subjacente na qual o visitante do monumento é forçado a desempenhar o papel de espectador reverente perante a mensagem monumental a ser transmitida; – Dar à atividade memorial o estatuto de uma prática social, discursiva e cultural onde a participação pública possa garantir que a memória e a história permaneçam um processo criativo, efémero, contínuo e inacabado.

Márcio Carvalho: Artista, trabalha em projetos participativos em diferentes países.

Identidades e perspetivas culturais coexistentes e suas representações

Resumo: A minha apresentação irá examinar visualidades interculturais, bem como as condições subjacentes dentro dos sistemas socioculturais, abordando projeções do exóticos e dos preconceitos coletivos, mas também identidades híbridas no quotidiano e nos maneirismos da globalização, na migração, e nos discursos pós e decoloniais. Defendo uma abordagem decolonial através da identificação e desvendamento de imaginários e tropos coletivos.

Dzifa Peters: Artista visual germano-ganesa e doutoranda em Estudos Culturais, Universidade Católica de Lisboa.

PAINEL 4 – MEMÓRIAS DOS MIGRANTES E PARTICIPAÇÃO B: ACTIVISMO LOCAL
Chemnitz pós-colonial: Como descolonizar uma cidade sem memória (pós-colonial)!?

Resumo: No projecto de doutoramento “Chemnitz pós-colonial – Fragmentos de História(s) não contada(s)”, são examinados tanto os laços históricos coloniais da cidade ou região em torno de Chemnitz como as continuidades pós-coloniais. As especificidades locais e regionais na Saxónia (pós)colonial serão globalmente classificadas historicamente com base em fenómenos históricos concretos, tais como bens coloniais (comércio), movimentos coloniais sob a forma de associações ou os chamados zoos humanos (colonialidade local), mas também com base em representações e discursos simbólicos através da exotização, primitivização, othering e racialização. Com a ajuda de uma perspetiva pós-colonial informada, análises de continuidades coloniais e racistas ou resistências anticoloniais/antirracistas dos fenómenos socioculturais contemporâneos, tais como a construção do “próprio” e do “estrangeiro” ou políticas urbanas e de memória, bem como esforços emancipatórios, estão em primeiro plano do projeto. Uma vez que a investigação histórica local careceu até agora de um exame sistemático da história urbana de Chemnitz com as interligações da história colonial alemã e global, o projeto de doutoramento tenta criar uma base para abordar este desiderato de investigação com a ajuda de métodos exploratórios (por exemplo, avaliação de documentos e arquivos, cartografias) e, assim, proporcionar também uma transferência teórico-prática para o trabalho de recordação da sociedade civil.

Stephan Schurig: Doutorando do Instituto de Estudos Europeus e Ciências da História, Universidade de Chemnitz.

Red de Migración, Género y Desarrollo: Perspetivas decoloniais sobre o ativismo feminista

Resumo: O feminismo é e tem sido sempre um movimento multifacetado que se recusou a unir-se sob um único guarda-chuva. Hierarquias sociais, distribuição desigual do poder e dos recursos dentro do movimento levaram a diferentes facões feministas. As mulheres no e do Sul Global enfrentam uma longa luta para fazer ouvir as suas realidades e desafios únicos. Portanto, o feminismo de- ou pós-colonial está localizado na intersecção da colonialidade e do género, criticando tanto a teoria feminista dominante como a teoria pós-colonial. Red de Migración, Género y Desarrollo (Barcelona) é um coletivo que trabalha com a abordagem feminista póscolonial e advoga perspetivas feministas migrantes e decoloniais sobre questões feministas comuns. Ao examinar a presença na web da Red MGD e as obras publicadas, elaboro com maior precisão as características do feminismo decolonial: O que constitui o feminismo decolonial e o que faz deste um grupo de feminismo decolonial?

Leoni Papritz: Graduada em Estudos Europeus pela Universidade de Chemnitz.

MESA REDONDA: PRÁTICAS DECOLONIAIS EM CURSO NO ESPAÇO IBERIANO E NA ALEMANHA
Leipzig Postkolonial: City Tours de Reprocessamento Colonial-Histórico

Resumo: Leipzig pós-colonial existe há mais de uma década e foi originalmente fundada por estudantes de Estudos Africanos para reavaliar historicamente as estruturas coloniais na cidade de Leipzig. O programa estudantil rapidamente se transformou numa importante organização local com 10-15 membros permanentes, que agora não só trata da reavaliação histórico-académica do colonialismo em Leipzig, como também é ativa na qualidade de ativista, prestando aconselhamento ao Museu Grassi, ao Conselho Consultivo dos Migrantes, à Universidade, à Cidade de Leipzig e a outros organismos. Além disso, Leipzig pós-colonial também apoia auto-organizações de Bi_PoC e outras pessoas racializadas. Uma das obras mais importantes é a educação das pessoas em Leipzig e arredores. Como meio para tal, o grupo utiliza os chamados city tours coloniais-históricos reprocessados. Estas são realizadas a pedido com grupos de uma grande variedade de origens (escolas, ONGs, partidos políticos, grupos de idosos, etc.) e transmitem as implicações racistas-coloniais da cidade de Leipzig por meio de estações selecionadas. Não só são feitas referências históricas, mas também são descobertos e iluminados os atuais motivos da direita racista. Outro projeto do grupo é a reavaliação colonial-racista do Zoológico de Leipzig, que ainda reproduz as ideias colonial-racistas do traficante e organizador de espetáculos humanos, Ernst Pinkert. E, por último, mas não menos importante, o grupo está a trabalhar no projeto STIGA (Exposição Industrial e Comercial Saxon Thuringian, 1897), dedicado à história colonial da exposição, que celebra o seu 125º aniversário em 2022.

Manwinder/Monty Dhanjal (they): Ativista em Leipzig Postkolonial e formadorx em empoderamento, Leipzig.

O Memorial de homenagem às Pessoas Escravizadas em Lisboa

Resumo: Na sua apresentação, Beatriz Gomes Dias abordará a proposta de criação do Memorial de homenagem às Pessoas Escravizadas e os três pilares conceptuais em que este se baseia: (i) o reconhecimento da escravatura como elemento central deste empreendimento de subjugação e do papel central que Portugal nele desempenhou; ii) a resistência, nas suas diversas expressões, dos escravizados, particularmente africanos, contra esta opressão, reconhecendo assim a sua agência e subjectividade; iii) os legados e continuidades históricas deste período, desde o legado cultural às formas contemporâneas de racismo e discriminação, ligando assim o passado ao presente.

Beatriz Gomes Dias: Membro do Conselho Municipal e co-fundadora da Djass – Associação dos Afro-descendentes, Lisboa.

Política cultural decolonial

Resumo: A contribuição de Jonas Prinzeleve desenvolver-se-á em torno das seguintes questões: O que caracteriza uma política cultural decolonial na era capitalista tardia da urbanização planetária, das migrações em massa e das alterações climáticas? Que diferentes níveis de tempo emergem e que potenciais futuros se escondem por detrás dos modos de memória decoloniais?

Jonas Prinzleve: Co-autor do projeto digital ReMapping Memories Lisboa – Hamburgo e doutorando em Estudos Comparatistas, Universidade de Lisboa.

MESA REDONDA: PRÁTICAS DECOLONIAIS EM CURSO NO ESPAÇO IBERIANO E NA ALEMANHA
Pesquisa descolonial em seminários universitários:

Ponto de partida 2020: Luta decolonial e antirracista na Ibero-América

&
Entre algodão, bens coloniais e jardim zoológico humano – Enredos coloniais glocais da cidade de Chemnitz numa perspetiva pós-colonial

Resumo: A história colonial está inevitavelmente ligada aos locais a partir dos quais a política e a lógica do colonialismo foram organizadas e negociadas. Os vestígios da “herança” colonial em condições pós-coloniais são omnipresentes e, no entanto, na sua maioria invisíveis. Um exame crítico tem tido lugar até agora principalmente nas grandes cidades, uma vez que aí o encontro entre o presente e o passado tem lugar em dimensões mais diversas. Mas também nas cidades “mais pequenas” do antigo território colonial mais remoto, os bens coloniais eram outrora comercializados e processados, as fantasias colonialistas brancas dos exóticos e primitivos ainda hoje são recebidas, bem como a arte ou monumentos coloniais saqueados. Estudantes de uma variedade de disciplinas de Jena e Chemnitz irão apresentar e discutir os resultados dos seus projetos onde pesquisaram o colonialismo no âmbito da investigação histórica colonial, da teoria pós-colonial e da investigação urbana, bem como das práticas pós-coloniais e decoloniais.

Ina-Sophie Deckert Cursa Estudos da Língua Inglesa,  Espanhola e Ciências da Educação, Universidade de Jena.
Johanna Preißler: Mestranda em Educação, Universidade de Chemnitz.
Luca Hirsekorn: Bacharel em Estudos Europeus, Universidade de Chemnitz.

Participants:

Ein kleiner Text dass hier die Teilnehmerinnen zu finden sind
Ana M. Troncoso S.

estudou Jornalismo em Valdivia (Chile) e Antropologia Visual em Göttingen. Aí completou também o seu doutoramento com um projeto cinematográfico sobre processos de aquisição de cidadania de judeus alemães no Chile. Desde 2017, tem sido assistente de investigação no Instituto de Estudos Europeus e Ciências Históricas da Universidade de Tecnologia de Chemnitz. A sua investigação centra-se em teorias de racismo e pós-colonialismo, bem como estudos de género, interseccionalidade, história global e cinema.

Bárbara Góis

é imigrante baiana, natural de São Jorge dos Ilhéus, Brasil, e vive em Lisboa. Chegou a Sines, Portugal, em 2002, aos 9 anos de idade, para reencontro familiar com o seu pai que tinha vindo trabalhar no porto da cidade. Tem 30 anos e começou a sua atividade política reivindicando-se marxista, no Bloco de Esquerda de Leiria. No movimento estudantil integrou 3 listas para a direção geral da Associação Académica de Coimbra. Ainda na universidade entendeu a sua condição de imigrante racializada e desde esse momento faz questão de centrar a sua atividade na luta antirracista e no feminismo negro: por um Portugal e mundo livres de todas as opressões e exploração.

Beatriz Gomes Dias

(Dakar, 1971) é uma mulher negra portuguesa, ativista antirracista, política e professora de Biologia no ensino secundário. Em 2021 foi eleita vereadora na Câmara Municipal de Lisboa, e entre 2019-2022 foi membro do parlamento português pelo partido Bloco de Esquerda. É uma das cofundadoras da Djass – Associação de Afrodescendentes, uma organização sem fins lucrativos com sede em Lisboa, fundada em 2016, com o objetivo de combater o racismo e defender os direitos das pessoas de ascendência africana em Portugal. Em 2017, em representação da Djass, propôs ao Orçamento Participativo de Lisboa a criação de um Memorial de homenagem às Pessoas Escravizadas, que será construído no centro histórico da cidade, com o objetivo de desafiar a narrativa histórica dominante em Portugal, que ainda hoje se baseia na glorificação quase unânime dos chamados “Descobrimentos”, considerados como um épico universalista e até humanista. As suas principais áreas de interesse são a descolonização do conhecimento e da cultura, bem como a construção de uma contra-narrativa sobre a história e a memória.

Christin Schuchardt

nascida em 1990 em Erfurt/Alemanha, estudou Antropologia Visual e Estudos de Género na Universidade de Göttingen. Durante os seus estudos, produziu a sua primeira curta-metragem “Iduna-Komplex” (2015), e o documentário não linear “Bilder machen” (2017). Durante os últimos dois anos e meio, centrou-se na produção do seu primeiro documentário “Barcelona – A Welcoming City” (2021), um filme etnográfico independente e participativo sobre a resistência contínua de cinco colectivos BIPOC e auto-organizações migrantes face ao racismo institucional. Vive actualmente em Barcelona, trabalha como tradutora freelancer, e dedica cada tempo livre à realização de filmes e à escalada desportiva.

Doris Wieser

é professora na Faculdade de Artes e Humanidades da Universidade de Coimbra, Portugal. É doutorada em Literatura Ibero-Românica pela Universidade de Göttingen, Alemanha, com uma tese sobre o romance policial latino-americano, publicada em 2012. Com o seu projecto de investigação sobre construções políticas e literárias de identidades nacionais em Angola, Moçambique e Portugal, foi premiada com o concurso Investigador FCT e trabalhou no Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa de 2017 a 2019. Foi pós-doutoranda da Fundação Alexander von Humboldt no Centro de Estudos Africanos, Asiáticos e Latino-Americanos (CEsA / ISEG) da Universidade de Lisboa de 2014 a 2016. De 2008 a 2016, foi associada de investigação e ensino no Departamento de Filologia Românica da Universidade de Göttingen. Concluiu o seu magistério em Filologia Hispânica, Lusófona e Alemã na Universidade de Heidelberg. Os seus interesses de investigação centram-se na literatura africana lusófona, literatura latino-americana, romance policial, estudos de género, estudos de memória e a construção de identidades.

Dzifa Peters

é uma artista visual e investigadora germano-ganesa. Como doutoranda em Estudos de Cultura, está atualmente a trabalhar no seu doutoramento no campo das identidades afro-diapóricas e suas representações visuais no Lisbon Consortium e no Centro de Investigação em Comunicação e Cultura (CECC) da Universidade Católica Portuguesa em Lisboa. É também Investigadora Visitante de Doutoramento no Centro de Pós-Graduação para o Estudo da Cultura (GCSC) em Justus-Liebig-Universität Giessen, além de trabalhar internacionalmente como artista freelancer e em projetos de curadoria. O seu projeto de investigação analisa identidades coloniais, pós-coloniais, diaspóricas e contemporâneas através do formato da fotografia, para abordar fenómenos de construção identitária que indicam alternâncias de identidades e perspetivas culturais coexistentes. Na sua prática artística, Dzifa Peters examina formas de identidade cultural e as suas representações. Trabalha com os meios de fotografia e fotomontagem, com som e vídeo, texto, instalação e colaboração. Como artista, participou em várias exposições internacionais e recebeu várias bolsas artísticas entre elas o DAAD (Serviço Alemão de Intercâmbio Académico) e o Ministério para as Famílias, Crianças, Juventude, Cultura e Desporto do Estado da Renânia-Vestefália do Norte, Alemanha.

Elsa Peralta

é doutorada em Antropologia, é Investigadora Principal no CEComp-FLUL e Investigadora Associada do ICS-UL. O seu trabalho baseia-se em perspetivas cruzadas da antropologia, dos estudos de memória, dos estudos culturais e dos estudos pós-coloniais e centra-se nas culturas, memórias e identidades pós-coloniais. Neste momento coordena o Grupo de Investigação CITCOM do Cecomp e a Linha de Investigação Legados do Império e do Colonialismo em Perspetiva Comparada. É também a PI do projeto financiado pela FCT “Constelações da Memória: um estudo multidirecional da migração e da memória pós-colonial”.

Felipe Castro

é doutorando no Instituto de Estudos Românicos da Universidade Friedrich Schiller em Jena e bolseiro do DAAD da Colômbia. O seu projeto de investigação intitula-se: “África na América: história e etnografia na literatura latino-americana (1920-1960)”. A sua contribuição sobre a explosão social está relacionada com a sua atividade académica. O tema de investigação da sua tese é a relação entre literatura e política, sociedade e história, que tem tido lugar em toda a América Latina. O tema da sua contribuição suscita a necessidade do reconhecimento da dimensão estética que molda as intervenções políticas na esfera pública, neste caso, no espaço urbano.

Flávio Almada „Lbc“

nasceu em São Domingos, Santiago, Cabo Verde. É acima de tudo uma pessoa, filho, irmão, companheiro/parceiro, pai, amigo. É licenciado em Tradução e Escrita Criativa (ECATI – ULHT) e tem um Mestrado em Estudos Internacionais (ISCTE). É artista/artivista de Hip Hop, ativista antirracista e Coordenador Geral da Associação Cultural Moinho da Juventude, onde trabalha como Agente de Educação Familiar.

Gabriela Miranda

é mestranda em Estudos Latino-Americanos na Universidade Friedrich Schiller em Jena, membro da organização Iberoamerica e.V. Jena, e bolseira da Friedrich-Ebert-Stiftung desde 2021.

Ina-Sophie Deckert

estuda Estudos da Língua Inglesa, Estudos da Língua Espanhola e Ciências da Educação na Universidade Friedrich Schiller em Jena para se tornar professora do ensino secundário. Viveu e estudou nos EUA e em Espanha, trabalhou vários anos para o Centro Internacional em Jena e para o Escritório Internacional da FSU. O seu interesse na investigação pós-colonial e na práxis decolonial baseia-se no desejo de desenvolver um currículo multi-perspectivista para os seus futuros alunos.

Joe Green

tem um mestrado em Línguas, Literatura e Cultura da Universidade Nova de Lisboa, Portugal. Está atualmente a desenvolver uma tese de doutoramento na TU Chemnitiz intitulada “A Complacent Memory? Approaches to Change in Lisbon During the Revolutionary Period (1974-1975)”, abordando as mudanças ocorridas em Lisboa durante a transição portuguesa para a democracia, na qual os aspetos coloniais e decoloniais constituem uma parte importante do estudo.

Johanna Preißler

é licenciada em História e em Etnografia e História Cultural pela Universidade Friedrich Schiller de Jena, também estudou e trabalhou na Geórgia durante vários anos, e é atualmente aluna de mestrado em Educação na Universidade de Tecnologia de Chemnitz, trabalha como tradutora e é directora do Museu Serpentina em Zöblitz. Está interessada na investigação interdisciplinar na área da história pública.

Jonas Prinzleve

é licenciado em Artes e Ciências Liberais pelo Amsterdam University College (2014) e mestre em Cultura Pós-colonial e Política Global pela Goldsmiths, Universidade de Londres (2017), e é atualmente doutorando no Programa Internacional de Doutoramento em Estudos Comparatistas (PhD-COMP) na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL). Desenvolve o projeto de investigação A decolonial turn in public memory? Hamburg and Lisbon compared na qualidade de bolseiro de doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). É membro do Centro de Estudos Comparatistas da FLUL (CEComp), onde integra o projeto “Constelações da Memória: Um Estudo Multidireccional de Migração e Memória Pós-colonial”, financiado pela FCT, bem como a rede de investigação COST Action, TRACTS, e a Comissão CEComp-Humanidades Digitais. É membro da Memory Studies Association e da comissão do Ministério dos Meios de Comunicação e Cultura de Hamburgo para a elaboração de um programa decolonial à escala da cidade. É ainda coautor do projeto digital ReMapping Memories Lisboa-Hamburg do Instituto Goethe de Lisboa e membro do seu conselho consultivo.

Jordy Pacheco

é doutorando no Instituto de Estudos Românicos da Universidade Friedrich Schiller de Jena e bolseiro da Friedrich-Ebert-Stiftung. O seu projecto de investigação intitula-se: “Estudo ecocrítico sobre activismo estético na literatura indígena contemporânea do Equador”. É também ex-vice-presidente da organização de migrantes Iberoamerica e.V. em Jena. Equatoriano, Quiteño, mestiço acredita que pensar a literatura, e a arte em geral, como uma resposta crítica às questões sociais, representa uma importante e necessária contribuição para sociedades mais justas.

Juan Felipe Castro Maldonado

My contribution on the social outburst is related to my academic activity, because my main research topic is Latin American literature and, with it, the relationship between literature and politics, society and history, which have taken place throughout Latin America. The theme of my contribution is fundamental because it raises the need for the recognition of the aesthetic dimension that shapes political interventions in the public sphere, in this case, in urban space.

Leoni Papritz

licenciou-se em Estudos Europeus pela Chemnitz University of Technology, estudou no Peru e trabalhou na Estónia durante algum tempo. Como parte da sua tese, tratou de diferentes perspetivas sobre o feminismo. O exame científico do feminismo e da justiça de género combinado com aprendizagens em um semestre em Lima influenciou a orientação académica dos seus estudos.

Leonor Rosas

frequentou a Licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais e o Mestrado em Antropologia na Faculdade de Ciência Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É também deputada na Assembleia Municipal de Lisboa. O seu trabalho foca-se no estudo das intersecções entre memória, colonialismo e poder na cidade de Lisboa.

Luca Hirsekorn

é bacharel em Estudos Europeus com enfoque na ciência cultural na TU Chemnitz e tem interesse na investigação pós-colonial e na práxis decolonial devido aos numerosos seminários que giram em torno deste tema e a um impulso pessoal para aprender mais sobre o passado e as continuidades coloniais.

Manwinder/Monty Dhanjal

(eles) é uma 2ª geração da diáspora centro-sul asiática, nascida e socializada na Alemanha, não binário queer, habilitada e privilegiada em termos de educação (estudos médicos concluídos, atualmente a realizar estudos étnicos e estudos culturais) e não tem filhos. O trabalho de Manwinder centra-se no antirracismo, feminismo queer, (pós-)colonialismo e interseccionalidade, e é formador e ativista freelance em várias organizações locais, federais e internacionais.

Márcio Carvalho

Seja através de desenho, filme ou performance, o trabalho de Márcio Carvalho tenta repensar o papel que o espaço público pode e/ou deve desempenhar hoje em dia no desenho de uma memória coletiva inclusiva e representativa. Atualmente está a trabalhar em projetos colaborativos em geografias distintas como a Alemanha, Nigéria, Portugal, Chipre e Reino Unido em questões relacionadas com a memória, espaço público e novas gramáticas para a restituição de objetos culturais.

Mathilde Honecker

é estudante de bacharelato em Estudos Europeus com enfoque na ciência cultural na TU Chemnitz. Durante o seminário “Lisboa – uma arqueologia pós-colonial”, explorarou as continuidades coloniais de Portugal. Além disso, participou em diferentes seminários sobre o pós-colonialismo e o ativismo decolonial.

Santiago Perez Isasi

é Professor Auxiliar na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Concluiu um doutoramento em literatura espanhola em 2009 pela Universidade de Deusto, com uma dissertação sobre “Identidade Nacional Espanhola e História Literária (1800-1939)”, e um Mestrado em Educação e Informática em 2013 pela Universidade Abierta de Cataluña. Entre 2015 e 2020 trabalhou como Investigador no Centro de Estudos Comparatistas Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde desenvolveu o projeto “Mapa Digital das Relações Literárias Ibéricas (1870-1930)”. As suas principais áreas de investigação incluem os Estudos Ibéricos e a história literária ibérica; literatura espanhola e basca (com particular atenção à narrativa contemporânea) e Humanidades Digitais (especificamente nas áreas de edição académica digital e cartografia digital). A sua experiência de ensino inclui cursos e seminários sobre Literatura e Geografia, Literatura de Viagens, Humanidades Digitais ou narrativa contemporânea espanhola.

Simone Frangella

é antropóloga, atualmente investigadora auxiliar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Trabalhou com temas relacionados ao espaço urbano, corporalidade, percursos itinerantes e a construção de sociabilidades, particularmente os fenómenos migratórios e suas dinâmicas sociais e simbólicas, estudando contextos diversos, como os imigrantes brasileiros em Londres e em Lisboa. Recentemente tem pesquisado as configurações e margens territoriais dos bairros da Área Metropolitana de Lisboa, compreendendo o entrecruzamento das relações de pertença territoriais com relações intergeracionais, com diferentes experiências laborais e relações de convivialidade. É Co-investigadora principal do Projeto FCT “Constelações de memória: um estudo multidirecional da migração e memória pós-colonial”.

Stephan Schurig

estudou geografia, sociologia e etnologia na Universidade Martin Luther de Halle-Wittenberg (Alemanha). Enquanto os seus estudos de geografia tratavam de temas clássicos das ciências sociais, os seus temas menores tratavam de perspetivas queer-feministas, pós-estruturalistas e de crítica de poder (interseccionalidade, posicionalidade, estruturas de poder, etc.). A sua investigação centra-se, portanto, nas desigualdades sociais e fenómenos espácio-temporais. Atualmente está a desenvolver o seu projeto de doutoramento sobre perspetivas coloniais e pós-coloniais sobre a cidade de Chemnitz (Alemanha).

Teresa Pinheiro

é Professora de Estudos Ibéricos no Instituto de Estudos Europeus, Universidade de Tecnologia de Chemnitz. Recebeu o seu PhD em Antropologia Cultural da Universidade de Paderborn em 2002 (summa cum laude), pelo qual recebeu o Prémio Georg Rudolf Lind da Associação Alemã de Estudos Lusófonos. Em 2014 foi investigadora visitante na Universidade Hebraica, Jerusalém e em 2015/2016 foi professora visitante na Universidade de Saarland. Em 2017-2018 recebeu uma bolsa de investigação Alexander von Humboldt para investigadores experientes que lhe permitiu uma estadia de um ano no Consejo Superior de Investigaciones Científicas, Madrid, para investigação arquivística sobre a memória da Segunda República Espanhola no espaço público de Madrid. Actualmente é presidente do Conselho da Fundação Ettersberg, vice-presidente da Associação Alemã de Estudos Catalães, professora de ligação da Fundação Friedrich Ebert, membro do conselho da Sociedade Alemã de Estudos Culturais, membro do conselho científico da revista Iberoamericana e editora de revisão da Revista Internacional de Estudos Ibéricos. No âmbito dos Estudos Ibéricos, os seus campos de investigação são representações da identidade colectiva e da política de memória, sobre os quais publicou extensivamente em catalão, inglês, francês alemão, português e espanhol.

Viktoria Hohlfeld

é estudante de bacharelato em Estudos Europeus com enfoque na ciência cultural na TU Chemnitz. Durante o seminário “Lisboa – uma arqueologia pós-colonial”, explorarou as continuidades coloniais de Portugal. Além disso, participou em diferentes seminários sobre o pós-colonialismo e o ativismo decolonial.

Organisation

Lissabon

Interessante Plätze

Hier ein kleiner Text der die Stadt kurz beschreibt und darauf verweist dass hier interessante plätze zu finden sind
  • Alfama (Bairro histórico típico): acesso a pé a partir da estação de metro de Santa Apolónia; Uma alternativa melhor é fazer o típico eléctrico 28.
  • Chiado e Baixa (Zona de comércio): acesso a partir da estação de metro Baixa/Chiado
  • Rossio e Restauradores (considerado o centro de Lisboa): acesso a partir das estações de metro Rossio e Restauradores.
  • Bairro Alto (Zona de restaurantes e vida noturna): acesso a partir das estações de metro Baixa/Chiado e Cais do Sodré
  • Eixo Praça do Comércio-Avenida da Liberdade-Praça do Marquês: Eixo que liga a zona histórica à cidade nova (Linha Azul)
  • Belém (Zona de Monumentos e Museus): acesso a partir da estação de metro do Cais do Sodré (linha Verde) e depois eléctrico 15E (pegar em Praça do Comércio ou Praça da Figueira com sentido em Algés)

O Workshop ICONOCLASMO DECOLONIAL: CIDADE – MEMÓRIA – PARTICIPAÇÃO terá lugar na Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, na Sala B112.B.

Morada:
Alameda da Universidade 1600-214 Lisboa

Anreise

Acesso à Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa:
Estação de *Metro Cidade Universitária – Linha Amarela*

Ticket: Comprar o cartão Viva Viagem numa máquina automática. Através deste cartão é possível comprar um bilhete simples (1,50€) ou diário (6,45€) para viagens de autocarro e metro.

AlternativaAlugar Bicicleta Gira (Um passe diário custa 2€ e permite viagens até 45 minutos gratuitas. Serão acrescidos 2€ para viagens entre 45 e 90 minutos).

Karten
Metropolitano de Lisboa Version. 20.08.2022. Rede de Transportes de Lisboa. Network diagram.

Direcções da *Estação de Metro Cidade Universitária* para Biblioteca
Faculdade de Letras

Para mais informações sobre as opções de mobilidade em Lisboa

Equipa organizadora

Ana Troncoso
Elsa Peralta
Agesiláu Silva de Carvalho
Luca Hirsekorn